Entrei em contato com a empresa, que enviou um técnico à minha residência. O profissional analisou o aparelho, constatou o defeito e deu seu veredicto: "não há o que possa ser feito, o televisor é assim mesmo". Diante de minha indignação ele alegou que a Gradiente informa que esta é uma característica do produto - fui me certificar e não encontrei qualquer menção a este problema no site da empresa, manual ou embalagem do produto. Ao solicitar que o técnico relatasse o ocorrido, fui informado de que seu relatório final à Gradiente informaria somente que o produto não apresentava defeito, segundo recomendação da própria empresa. Posteriormente tentei acordos infrutíferos com a marca não me restando outra alternativa senão recorrer ao PROCON.
Recebi, intermediado por esse órgão, a mesma resposta do técnico: trata-se de uma característica do produto. O PROCON tentou ainda uma audiência de conciliação, que se mostrou também ineficaz diante da postura da Gradiente.
Busquei então minha derradeira alternativa: Juizado Especial Cível (o popularmente chamado "Pequenas Causas"). Após uma primeira audiência conciliatória (de novo!) sem sucesso, foi marcada para março de 2008 a audiência definitiva com um juiz. Após meses aguardando uma solução (quando chegar a audiência completará quase um ano!), espero conseguir receber meu dinheiro de volta. O que é mais incrível nesta situação é uma empresa do porte da Gradiente tratar o consumidor de maneira tão relapsa.
Uma das coisas que me deixa mais espantado nisso tudo é o que o ouço de todos os representantes da marca presentes nestas audiências: "mas a Gradiente está agindo de acordo com o laudo do técnico que analisou o seu produto". Em primeiro lugar que eu não consideraria como 'laudo' um e-mail escrito grosseiramente, ao qual tive acesso durante o processo, informando que não há defeito no produto. Segundo que, mesmo após minhas insistentes reclamações, a empresa poderia ao menos ter prestado mais atenção ao caso e feito uma avaliação menos superficial do problema. É uma questão de puro raciocínio lógico. Curioso ainda é presenciar o notório constrangimento desses representantes ao analisarem as fotos que eu mesmo tirei do produto apresentando o problema. Todos ficam “surpresos” e dizem desconhecer tal fato. Então disse e repito: a Gradiente se fiou unicamente em uma mensagem eletrônica de um técnico? Os representantes que vêm às audiências não retornam à empresa nenhuma informação? Por que não houve contato algum comigo?
Ora, vejo agora em todos os lugares notícias sobre a grave crise financeira pela qual passa a empresa. Será que eles imaginam que dessa maneira conseguirão sair desta? Não percebem que o “boca-a-boca" pode minar de vez as chances da marca sobreviver neste competitivo mercado? Não sou analista financeiro, nem de mercado, contudo trabalho com clientes e sei como NÃO se deve tratá-los. Infelizmente uma marca tão antiga no país, que já foi sinônimo de qualidade, está ruindo a olhos vistos.
Saliento que eu, como consumidor, só estou em busca dos meus direitos.
Ouvindo:
Sandy e Junior - Estranho Jeito de Amar
(por causa da Bila)