sábado, 28 de junho de 2008

Sobre palavras e sentimentos

Ouvindo:


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Escrever às vezes pode parecer um ato simples, mas nem sempre é.

Quando quero expressar o que não se pode ser mensurado, caminhando por um terreno tortuoso de possibilidades ou definir aquilo que nem mesmo o dicionário traz escondido em seus milhares de verbetes, deparo-me com uma certa incapacidade para explanar o que corre forte, vivo, intenso em minhas veias.

O que fazer então? Desistir?


Não... não é justo. Então é melhor simplesmente tentar. Já diz o sábio: antes arrepender-se pelo que fez do que pelo que se deixou de fazer. Por isso insisto em despejar aqui minhas palavras que por vezes parecem descompassadas, sem nexo algum, mas que, interpretadas pelo ponto de vista correto (acredite, neste caso existe!), vão ser mais claras que um belo dia ensolarado de outono.

Tenho ficado cada vez mais admirado com a capacidade impressionante que o ser humano tem de se recuperar de suas feridas mais profundas e seguir adiante, mesmo com cicatrizes expressivas que teimam em não nos deixar esquecer de nossos erros mais contundentes.

Somos independentes, cada um à sua maneira, mas procuramos sempre no próximo algo que ajude compor a base daquilo que é nossa sustentação, estabelecendo uma relação mútua de apoio. Não me refiro a uma necessidade vital, mas àquela atuação natural e espontânea que transformam nosso cotidiano em algo mais palpável e, sem dúvida, mais prazeroso.

Citação clichê, mas não há definição mais clara: a felicidade é feita das pequenas ações.

Junto com suas atribuições primordiais, meu coração ainda toma pra si outra responsabilidade, se tornando o maestro de uma orquestra que executa belas sinfonias compostas exclusivamente para meus ouvidos. Essa sensação agradável só existe porque tenho conseguido identificar com enorme precisão todos os músicos que compõem este conjunto harmônico.

Transpor isso para o papel não é uma tarefa simples, entretanto considero necessário. Gosto de escrever sobre o que me afeta, o que provoca alterações em minhas emoções, sejam boas ou ruins. Então não custa fazer um esforço e tentar explanar com palavras meus sentimentos.

E a vida vai seguindo, com coisas novas surgindo sempre...

2 comentários:

Thiago Cavalcante disse...

Bom dia!


Pois é... A escrita tem o poder de tranquilizar os inquietos.

Sou um inquieto que vive sendo tranquilizado pelo ato de escrever.

"Escrevo-me para ser-me... não escrevo por luxo ou para mostrar-me sabedor da língua... Escrevo-me para existir". (Thiago Terenzi)

Jujú disse...

Incrível como pensamos igual em algumas coisas...

Às vezes travo grandes batalhas pra conseguir me expressar...fico horas olhando pra tela em branco do computador, tenho mil coisas a falar, mas não sai, algo me trava...MAs sinto que preciso desabafar, transformar minhas angústias, medos, desejos, vontades, pensamentos em palavras escritas!

Eu tb sempre me surpreendo como temos o poder de regenaração, e de que os pequenos momentos, as alegrias em doses diárias, são o que vamos lembrar daqui há muitos anos...é o que vai ficar marcado pra sempre!

Amei o texto...e que bom que vc não desiste de escrever. A gente agradece!

Beijocas